Operação “Mãe-terra” foi deflagrada, ontem (12), pela Polícia Federal (PF) com objetivo de apurar a prática do crime de importação e comercialização ilegal de agrotóxicos de origem estrangeira. Em dois anos, os suspeitos de comercializar fertilizantes ilegalmente importados movimentaram R$ 154 milhões.
Quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços residenciais e comercial localizados nos municípios de Sorriso e Lucas do Rio Verde (420 km e 354 km respectivamente, ao Norte de Cuiabá). As ordens judiciais foram expedidas pela Justiça Federal de Sinop.
Segundo a PF, as investigações iniciaram a partir de denúncias que apontavam um dos suspeitos como um dos principais contrabandistas de agrotóxicos de Sorriso e região. “Em fiscalizações realizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), foram identificados agrotóxicos ilegais em propriedades rurais atribuídas aos investigados”, informou a PF.
Ainda, conforme a polícia, as informações obtidas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) confirmaram a existência de grande movimentação bancária suspeita na conta dos investigados.
A Justiça Federal autorizou a quebra de sigilo bancário e foi possível constatar que os suspeitos de comercializar fertilizantes ilegalmente importados movimentaram, em apenas dois anos, R$ 154 milhões, dos quais grande parte sem identificação de origem e destino para pessoas que já responderam pelo crime de transporte e uso ilegal de defensivos agrícolas.
O próximo passo da Polícia Federal será determinar quem são os fornecedores nos países fronteiriços, a estrutura logística utilizada para o transporte e os destinatários.
Os suspeitos poderão responder pelos crimes previstos nos artigos 56 da Lei 9.605/98, com pena de 1 a 4 anos de reclusão, e multa, e artigo 15 da Lei 7.802/89, com pena de 2 a 4 anos de reclusão, e multa, dentre outros crimes que serão apurados no curso das investigações.