
Diferente das projeções que predominaram durante boa parte do desenvolvimento da safra 2021/22, Mato Grosso não vai – pelo menos, não desTa vez – ofertar mais milho do que soja.
Em mais uma revisão sobre o milho segunda safra em Mato Grosso, o Instituto Mato-grosseense de Economia Agropecuária (Imea) revisou para baixo as projeções deste ciclo.
Enquanto isso, a oleaginosa se consolidou com mais um recorde de área plantada e de produção, totalizando 40,85 milhões de toneladas.
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Ainda que a oferta da safrinha do cereal não se estabeleça acima de 40,5 milhões de toneladas, como era esperado pelo mercado e pelos agentes envolvidos diretamente com o desenvolvimento das lavouras, este ciclo – mesmo que frustrada – será cerca de 20% superior ao que foi consolidado em 2020/21, no Estado.
Conforme a 9ª estimativa da safra 2021/22 de milho, a produtividade encolheu 1,63%, refletindo as condições adversas de clima no mês de abril e deve somar 39,16 milhões t.
Na comparação anual, sobre o volume colhido de 39,34 milhões t, há alta e o atual ciclo se revela o segundo melhor da história mato-grossense.
“Apesar do aumento na estimativa de área, a redução de 1,70 sc/ha na produtividade estadual impactou na produção final do cereal em -0,49% ante ao relatório anterior e com isso totalizou 39,16 milhões de toneladas de milho para a safra 2021/22 em Mato Grosso”, explicam os analistas do Imea.
A área é recorde, mas a oferta do cereal não será mais histórica no Estado.
A nova estimativa mostra que a área passou a ser estimada em 6,39 milhões de hectares (ha), incremento de 1,17% se comparado com o relatório anterior e a maior já contabilizada.
Em relação à produtividade, o novo número foi mensurado em 102,10 sacas por hectare (sc/ha), recuo de 1,63% ante a divulgação do mês passado.
Em relação às regiões, as que apresentaram maior queda foram a oeste, sudeste e noroeste com 5,99%, 2,97% e 1,95%, respectivamente.
“A redução foi pautada pelos impactos da escassez das chuvas que vem ocorrendo desde o mês de abril nas lavouras do Estado, impactando principalmente as áreas que foram semeadas após a janela ideal de plantio, ou seja, para além do final de fevereiro”, explicam os analistas.
RESUMO – Como destaca o Imea, a produtividade foi bastante afetada pela escassez hídrica que persistiu em grande parte do Estado nos meses de abril e maio.
Ainda conforme a nova estimativa, a área com milho foi reajustada, apresentando alta de 1,17% em relação ao relatório passado, com destaque para as regiões nordeste e centro-sul que estimam crescimento 3,47% e 2,25%, respectivamente, se comparado com os últimos dados divulgados.
“Esse incremento está sendo pautado pelos altos patamares de preços no mercado de milho e as estimativas de maior demanda externa, bem como, interna pelo cereal, principalmente pelas usinas de etanol mato-grossense”.