Bovinos e bubalinos de Mato Grosso sem vacinação contra a febre aftosa.
Essa é a meta do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e quem a anunciou foi seu titular, José Guilherme Leal, na Expozebu de Uberaba (MG), que é o maior evento dessa natureza na pecuária nacional e que foi aberto no dia 29 e que se estende a 7 de maio.
A meta do Mapa é que a vacina deixe de ser obrigatória após a etapa de vacinação contra a aftosa em novembro deste ano.
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Segundo José Guilherme, serão contemplados os estados do Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Tocantins, além da parte mato-grossense onde a imunização é exigida.
O ministro espera que, até 2026, o Brasil inteiro seja considerado área livre de aftosa sem vacinação.
A razão para a decisão é de ordem sanitária, porque os 113 milhões de animais nos estados relacionados não têm notificação da doença há bastante tempo.
Em Mato Grosso, o último foco de aftosa foi notificado no município de Terra Nova do Norte (a 675 km de Cuiabá), em janeiro de 1996.
Até então, a vacina deixou de ser obrigatória em maio de 2021 no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rondônia, Acre e em partes de Mato Grosso e Amazonas.
A área mato-grossense já contemplada é formada por Rondolândia e partes de Aripuanã, Colniza, Comodoro e Juína, que se localizam nas divisas com Rondônia e Amazonas.
As áreas sem obrigatoriedade de vacinação receberam da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) certificação de zona livre de febre aftosa sem vacinação.
Mesmo sem essa certificação sobre os 141 municípios, a indústria frigorífica mato-grossense tem mercado em todos os continentes, em razão do cumprimento do calendário de vacinação do Mapa, em parceria com o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), numa governança que inclui a Federação da Agricultura e Pecuária (Famato), sindicatos rurais e a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat).
O rebanho bovino mato-grossense é de 32,7 milhões de cabeças, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a taxa de cobertura vacinal, alcançada há 25 anos, supera 98% dos bovinos e bubalinos, de mamando a caducando.
A venda de vacina contra a aftosa movimenta um mercado milionário em dezenas de municípios, com destaque para Vila Bela da Santíssima Trindade, Juara, Cáceres, Juína, Pontes e Lacerda, Vila Rica, Confresa, Água Boa, Poxoréu, Tangará da Serra, Colíder, Barra do Garças, Marcelândia, Paranatinga, Rondonópolis e Cuiabá.