Para o cristianismo a Quaresma, período entre a quarta-feira de cinzas e a Páscoa, iniciada nesta semana, é tempo para reconhecimento dos pecados, conversão, reconciliação, renovação da fé, perdão e conscientização sobre o respeito ao próximo.
Considerada uma das datas mais importantes pela igreja Católica, uma preparação para a Páscoa, a ressurreição de Cristo, também é tempo de jejuar.
A prática do jejum, ato de excluir determinados alimentos do cardápio e passar a consumir somente o necessário, seria uma maneira de exercitar o controle da gula, do abuso do álcool, entre outros hábitos nocivos ao corpo e ao espírito.
"A Quaresma é um tempo dedicado à conversão e purificação da alma, mas sabemos que o exercício de purificar é permanente, deve ser permanente entre os cristãos", ensina o vigário geral de Cuiabá.
Pároco da Igreja Matriz, o padre Deusdédit lamenta o momento vivido pelo Brasil, país dominado pelo discurso de ódio, pela polarização. Por comportamentos e práticas extremas que acentuam as diferenças e o desrespeito ao próximo.
"Na Carta de São João, no capítulo 4, versículo 20, está escrito que é mentiroso aquele que prega que ama a Deus, mas expressa ódio o irmão", observa padre Deusdédit.
Converter-se e amar a Deus, como sugere uma das práticas da Quaresma, passa pelo amor e respeito ao próximo, reforça o religioso.
Divulgação

O vigário geral de Cuiabá, Padre Deusdeti
Na análise do pároco de Cuiabá, nas relações e no comportamento cristão não cabe preconceito, rótulos e desrespeito às diferenças. "Quando julgamos o outro estamos tomando o lugar de Deus", alerta.
Também sabemos que aquele que mais julga é quem mais precisa da misericórdia", completa.
SINAL COM CINZA - Desde a quarta-feira de cinzas, o primeiro dia da Quaresma, até o último dia da celebração, a igreja prega a igualdade.
O ritual do traçado de uma cruz na testa usando cinzas, por exemplo, simboliza e leva o fiel a "recordar que és pó e em pó te tens de converter".
As cinzas usadas são provenientes da queima de ramos do Domingo de Ramos.